NO DIA DO ESCRITOR, CASA ONDE MOROU GUIMARÃES ROSA, EM BH, FOI DEMOLIDA
Imóvel ficava na esquina da Rua Leopoldina com Congonhas,
no bairro Santo Antônio, e foi demolido junto com outras 12 casas tombadas pelo
patrimônio municipal
Guimarães Rosa é considerado o maior escritor brasileiro
do século XX. E, um dia antes da comemoração do Dia do Escritor, lembrado na
quinta-feira (25/7), a casa onde o romancista viveu em Belo Horizonte foi
demolida. O imóvel, que ficava na esquina das ruas Leopoldina e Congonhas, bairro
Santo Antônio, na Região Centro-sul, veio abaixo com outros 12 casas que era
tombadas pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município da
capital.
Há cerca de quatro anos, as casas foram vendidas a uma
construtora que pretende erguer no local um empreendimento de 27 andares. Na
época, houve impasse entre a Secretaria Municipal de Regulação Urbana e a
Construtora Canopus. Em ruínas, as casas foram cercadas por tapumes e
permaneceram assim até a manhã dessa quarta-feira, quando a construtora começou
a demolição.
A casa onde viveu Guimarães também abrigou o Bar do Lulu,
que foi fechado em 1999, sendo um dos mais famosos pontos de encontro da noite
belo-horizontina. O imóvel ainda foi cenário para a produção do filme “O menino
maluquinho”, de Helvécio Ratton.
Após a venda para a construtora em 2015 surgiu o
movimento “Salvem a casa de Guimarães Rosa em Belo Horizonte”. No Facebook, a
página reúne mais de seis mil pessoas, entre historiadores e escritores que
defendiam a manutenção da casa.
Na rede social, Juliana Duarte publicou um desabafo
acompanhado das imagens da demolição. “Uma rua inteirinha virando cenário. Tão
triste quanto os buracos da mineração é este acordo das construtoras com o
patrimônio. Na primeira casa ali, bem na esquina da rua Congonhas com rua
Leopoldina morou Guimarães Rosa. É assim que cuidamos da nossa história?”,
questionou a belo-horizontina.
Na manhã do dia 25/7, o post já havia sido compartilhado
mais de 100 vezes e recebido inúmeros comentários como: “Não podemos deixar
passar. Eles chegam começam a destruição e não dão nem uma satisfação à
população. É muito absurdo o desrespeito com a memória e com as pessoas. Eu
gostaria de saber pelo menos qual será o destino dessas ruínas”, dizia um dos
usuários da rede social. “É a especulação imobiliária. O bairro Santo Antônio é
muito valorizado. Mas o patrimônio cultural da cidade, a nossa memória, vale
muito mais”, diz outro. (Texto e foto extraídos do site da Revista Prosa Verso
e Arte)



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