RÔMULO DIAS: PAIXÃO PELO HEAVY METAL EM VOZ, CAPAS E SENTIMENTO

Além de cantor, artista baiano que mora há sete anos em São Paulo começa a virar referência para novas bandas de heavy metal na concepção de capas de disco

Rômulo e algumas capas

No mundo do rock, principalmente no heavy metal, entre os cultuados LPs de vinil e CDs, além da performance de cantores e do talento de guitarristas, baixistas e bateristas, um item sempre chamou a atenção dos amantes do gênero: as capas dos álbuns.

Quem deixaria de contemplar, por exemplo, capas como a do disco “The Dark Side of the Moon”, que o grupo Pink Floyd gravou em 1973? Ou “London Calling”, do The Clash (1979)? “Sticky Fingers”, dos Rolling Stones (1971), “Abbey Road”, dos Beatles (1969) e até mesmo “Nevermind”, do Nirvana (1991)?

A icônica capa do álbum "The Dark Side of the Moon", do Pink Floyd (1973)

Capas de álbum de rock, porém, não são coisa de um passado que ficou. Elas são e serão eternas. A convicção é demonstrada por Rômulo Dias, nascido na cidade de Medeiros Neto, extremo sul da Bahia, que desde 2012 mora e trabalha em São Paulo.

Criança, em Medeiros Neto/BA

UM POUCO DE HISTÓRIA

Medeiros Neto tem uma população em torno de 25 mil habitantes e sua economia é baseada em atividades ligadas à pecuária bovina, agricultura e comércio expressivo. Foi ali que Rômulo viveu até os seus 25 anos de idade. Desde criança, sempre ligado às artes visuais e música. Quando tinha dez anos, tornou-se um apaixonado por heavy metal.

No palco, voz forte

O álbum marcante na sua vida foi “Angels Cry”, da banda brasileira Angra. Daí por diante, além do som, passou a ficar admirado pelas capas dos discos. E arriscou cantar. Aprendeu inglês, soltou a voz e até formou uma banda chamada Dark Gift, ao lado dos amigos Marlon General (guitarra), Vilsione Serra (baixo) e Eustáquio Cruz (bateria), e tocaram juntos de 2005 a 2009. Depois, o baterista Oswaldo Tibúrcio entrou no lugar de Eustáquio.

Em 2007, o grupo fez a sua primeira “grande” (para os padrões das cidades da mesorregião extremo sul da Bahia, nordeste de Minas Gerais e norte do Espírito Santo) apresentação na cidade mineira de Nanuque. Um sucesso.

Nanuque - caso raro em se tratando de Brasil - promove há mais de 30 anos a festa anual que celebra o Dia Mundial do Rock (13 de julho), atraindo roqueiros de várias localidades vizinhas. Depois de 2007, Rômulo & cia. passaram a ser atração obrigatória do evento até 2011.

Em 2012, o sonho de crescer profissionalmente e de conquistar novos horizontes o catapultou para a maior cidade brasileira e uma das maiores do mundo, São Paulo, onde viva até hoje.

Em Sampa, não deixou de cantar e logo foi convidado a participar de duas bandas - a primeira delas, Against the Flow, depois a Seventh Maiden - Iron Maiden Tribute. Rômulo não nega sua referência: o vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson.

Cantando, arranjou tempo para exercitar outro talento, ao cursar design gráfico na Universidade Cruzeiro do Sul, onde se especializou em design retouche para criar seus trabalhos. Passou a se dedicar mais integralmente ao trabalho de designer, mas sem abandonar completamente o microfone e a música, pois seu trabalho é voltado especificamente para a criação de peças gráficas para bandas e músicos. Já trabalhou com artistas de várias partes do mundo, como Grécia, Hungria, Finlândia e EUA.

Capas de Rômulo

Atualmente, aos 32 anos, Rômulo aguarda a chegada de sua primeira filha, que se chamará Lyanna, do seu casamento com Priscila Lima Dias, em outubro de 2018.

No meio de várias capas já produzidas por ele, Rômulo cita álbuns como “Manifest”, do grupo mineiro Tríade; “Barbarism”, da banda Heretic (Goiás), “Storm of Death”, de Adnan Hamdan (Síria), e o disco “Welcome to Blase Faire”, do Strange Conversations (EUA).

Está finalizando o trabalho para mais uma banda de Belo Horizonte, produzida pelo Rafael Bittencourt, do Angra.

Com Priscila, esperando Lyanna

Provavelmente no final do ano, Rômulo deverá passar uns dias de férias em Medeiros Neto, quando pretende reunir a turma.